Sexo antes do casamento:
por que esperar
Pessoas solteiras de igrejas evangélicas afirmam manter vida sexual ativa, sem nenhum problema nem drama de consciência. Afinal, o que a Bíblia diz sobre a possibilidade de praticarmos o sexo antes do casamento?
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EDIÇÃO 168 - MAIO/JUNHO 2019
O que era “impensável” vinte anos atrás hoje parece frequente
A filosofia dos nossos tempos diz que “não há nada de errado” no sexo pré-casamento, e a justificativa é de que “é bom experimentar antes para ver se vão se adaptar”. Fruto dessa filosofia, temos aconselhado jovens cristãos que já convivem sexualmente há anos “só para experimentar”! O impressionante é que esses testes não acabam nunca! Alguns desses casais chegam até a praticar abortos e continuam “experimentando, testando” para ver se dará certo!
Os pastores desses jovens reconhecem a falha no discipulado e erro da liderança, por terem tratado a virgindade até o casamento como uma “possibilidade ou opção” e não como “imperativo divino”. Agora, tais líderes têm um trabalho muito maior para restaurar a situação. Provérbios 29.18 diz: “Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz” ou “Onde não há revelação divina, o povo se desvia; mas como é feliz quem obedece à lei” (NVI). A “omissão” inicial desses líderes, de não ensinar o que é biblicamente correto, resultou em “muitos” jovens que se corromperam na prática do sexo. Certamente, todo líder dará contas ao Senhor do que fez ou deixou de fazer – e este dia está cada vez mais próximo!
Nosso amor a Deus é “a bússola” para descobrir o que é certo!
Todo aquele que já é filho e servo de Deus deve andar em direção a uma intimidade cada vez maior com ele – “Agrade-se do Senhor, e ele satisfará os desejos do seu coração” (Salmos 37.4); “O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança” (Salmos 25.14); “Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6.33). O nosso amor ao Senhor e a intimidade com ele vão nortear nossas decisões sobre o que é “certo ou errado”, até mesmo na área do sexo!
Por que o sexo deve ser praticado só depois do casamento?
Por toda a Bíblia, vemos que Deus (o inventor do sexo) condiciona o bom uso da relação sexual ao contexto do casamento, no qual existe compromisso mútuo, honra, amor verdadeiro (não apenas uma louca paixão), vínculo familiar e bênção dos pais. Até que ocorra o matrimônio, o casal “segura as pontas”, desenvolve o domínio próprio, guardando seu corpo para seu futuro cônjuge.
A Bíblia não nega que também existem aqueles que fizeram um mau uso da relação sexual, mas a Palavra é clara em mostrar que essas pessoas sofreram consequências por agirem conscientemente fora dos padrões de Deus. Vejamos algumas passagens bíblicas que podem nos orientar a esse respeito:
Gênesis 2.24. “Por isso, o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” Quando Deus deu a Moisés o conteúdo do livro de Gênesis, explicou que a partir do primeiro casal, Adão e Eva, ele ordenou que houvesse uma formalização do compromisso matrimonial por meio do “deixar pai e mãe”, obviamente com a bênção destes, que são autoridades sobre os filhos enquanto solteiros; do “unir-se à sua mulher” – não a qualquer mulher por quem se sente atração e desejo (como se vê hoje). Só numa terceira fase é que viria a união física – “tornando-se os dois uma só carne”. Esta é a ideia do Antigo e do Novo Testamento. Este versículo é citado também por Jesus (Mateus 19.5) e Paulo (1 Corín- tios 6.16).
Deuteronômio 22.13-21. Essa passagem mostra regras muito rígidas, tanto para o rapaz que difamava com mentiras uma “virgem de Israel” quanto a moça que casava sem ser virgem. Naquela época, ela poderia ser apedrejada até a morte. Os muçulmanos ainda usam essa passagem (eles aceitam parte do Antigo Testamento) e realizam apedrejamentos, em países islâmicos radicais. Hoje, graças a Jesus, que levou sobre si as nossas culpas, não precisamos mais de apedrejamentos. No entanto, Deus requer arrependimento, confissão e abandono da prática do pecado: “Quem encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e abandona alcançará misericórdia” (Provérbios 28.13); “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1.9).
Hebreus 13.4. “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros” (NVI); “Honrem o casamento e mantenham pura a união conjugal, pois Deus certamente julgará os impuros e adúlteros” (NVT). Nesse versículo, a palavra traduzida por “leito” é a palavra grega “koite”, cuja melhor versão em português é “coito” (relação sexual, cópula ou “transa”). O “sexo puro” para os hebreus cristãos, a quem a carta foi primeiramente escrita, era facilmente identificado como aquele cuja norma de Deuteronômio 22 havia sido respeitada, com a moça casando-se virgem (e isso valia também para o homem).
1 Coríntios 7.9. “Mas, se não conseguem se dominar, que se casem; porque é melhor casar do que arder em desejos.” A solução dada por Paulo a quem não consegue se dominar e está abrasado sexualmente é casar-se e NÃO dar vazão aos desejos, indo para o motel. Muitos namoros já poderiam estar caminhando para o casamento, mas a falta de alvos concretos para a convivência agrava o abrasamento e a tentação sexual.
Certamente, após tanta base bíblica (e existem muitas outras passagens), se você teve uma verdadeira experiência de amizade com Deus, não restam mais dúvidas: o Senhor QUER MESMO que esperemos até o casamento para desfrutarmos totalmente da relação sexual. Antes de casar, haverá manifestações de carinho, mas serão “limitadas” (domínio próprio será necessário). Mas a espera vale a pena e é relativamente pequena se comparada às dezenas de anos que vocês desfrutarão plenamente do sexo depois de casar. Será sexo com consciência limpa, sexo com a pessoa certa – que você escolheu e aguardou para receber como sua.
Benefícios de esperar até o casamento
Diversas áreas da vida pessoal e do casal são beneficiadas com o retardamento da vida sexual ativa, como, por exemplo, a área emocional. É claro que a espera tem suas lutas e tensões, comuns a quem quer fazer o que é certo aos olhos de Deus, mas traz também a bênção de ter desenvolvido com seu futuro cônjuge uma parceria de sucesso (a santificação de seus corpos), em que os dois enfrentaram juntos o problema e venceram. Isso dá confiança e segurança mútua, que valerá muito na sequência da vida. A espera nos poupa emocionalmente, pois ajuda a afastar o ciúme doentio, o medo, a culpa, a ansiedade, a autocondenação, a ira e depressão, que estão muitas vezes presentes nos casais que não esperaram. É tranquilizador pensarmos que nossa espera pode ter durado alguns poucos anos, mas teremos muitos anos à frente, em que poderemos nos relacionar sexualmente com nosso cônjuge totalmente debaixo da bênção de Deus.
Mais um grande benefício ocorre na área de relacionamentos interpessoais. A espera produz efeitos de amadurecimento pessoal, pois quem o faz decide “lutar contra a maré”, em posicionamento corajoso, até entre seus amigos. Aumenta a confiança entre os cônjuges, possibilitando uma convivência mais flexível e estável, mesmo entre os inevitáveis problemas conjugais. Casais com vida sexual ativa antes do casamento demonstram índice muito maior de desconfianças e acusações por coisas mínimas, ficando mais suscetíveis à infidelidade conjugal.
A área espiritual também é beneficiada: a decisão de ter relações sexuais só depois do casamento, como obediência a Deus, só pode alegrar o coração do Criador. Deus recompensa a quem lhe obedece não só com o fato de livrá-lo das consequências desagradáveis do pecado, mas aumentando sua intimidade com aquele que é fiel. Sua saúde espiritual também aumenta, por ter ficado longe de problemas enfrentados por casais que não esperam, como adultério, fornicação, imoralidade, prostituição, aborto, pornografia e outros males.
Outra bênção vem sobre a área física, que é a possibilidade de desfrutar de um corpo e uma vida mais sadios e sem DSTs (doenças sexualmente transmissíveis). O casal que preservou seus corpos o fez por dedicá-los a Deus. Mas a consequência desse ato é poder ter um relacionamento sexual após o casamento cheio de saúde e sem a presença de algumas doenças tão comuns aos casais que não se guardaram.
É uma “ordem” e não apenas uma “opção”
Finalizando, podemos dizer que “esperar” para ter relações sexuais apenas depois do casamento NÃO É uma opção, com a qual podemos ou não concordar, mas é uma ordem de Deus. E como qualquer ordem dele (desde Adão e Eva), o ser humano obedece ou desobedece. Esperamos com mais consciência e lutamos melhor quando conhecemos mais profundamente a base bíblica de “por que” Deus requer a espera. Esperamos com mais ânimo e alegria quando vemos os fatores altamente positivos nas áreas emocional, relacional, espiritual e física.
Você não é mais virgem? Existe a “segunda” virgindade: decida afastar-se da prática do sexo, peça perdão pelo que aconteceu e a partir de hoje faça um propósito diante de Deus de guardar-se até o casamento. Aos olhos do Senhor você se tornará virgem outra vez! Não se esqueça: vale a pena fazer a vontade de Deus e esperar!
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