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EDIÇÃO 157 - JULHO/AGOSTO 2017

O trabalho e as prioridades do relacionamento conjugal e familiar

Vivemos dias de muita correria, por isso, na nossa cultura atual, o trabalho tornou-se um meio de definir a identidade de uma pessoa. Trabalho é o gasto de energia manual, mental e física, mas não podemos nos esquecer de que nele há benefícios e prazeres e nele também glorificamos a Deus. Porém podemos perguntar: o trabalho não é uma maldição por causa da queda de nossos primeiros pais?

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O cansaço, o suor e a dor na produção são um resultado da queda, mas o trabalho não é mau em si mesmo por causa do pecado dos nossos primeiros pais no Éden. O nosso criador trabalhou seis dias para criar o cosmos, o homem e a mulher. Ele descansou no sétimo dia trazendo uma ideia do deleite que houve no seu trabalho da criação. 


Há uma grande confusão na cabeça dos cristãos com relação ao significado do trabalho. Num certo período da História, o trabalho era visto como algo apenas para a manutenção da casa. No período dos monges, a vida contemplativa era mais importante para construir a eternidade, então a vida espiritual era mais importante do que a material. 


No século XV, a Renascença descobriu a filosofia grega e houve uma mudança de conceito: o processo contemplativo diante de Deus vem por meio do artista e do arquiteto, e com essa ideia entra a criatividade no mundo. O supremo trabalhador era o artista. 


No século XVI, a Reforma Protestante deixou um legado profundo: temos um chamado na presença de Deus. Se você é engenheiro, seu chamado é para servir no reino de Deus e na sociedade como engenheiro de Deus. O pastor serve cuidando e zelando pela igreja de Deus. O professor glorifica a Deus por meio do investimento na escola para que os alunos sejam melhores e aprendam aquilo que é correto. 


O importante para nós hoje é que o trabalho, apesar de causar enfado e dor, é um meio de Deus para que cresçamos como seres humanos. O trabalho é um processo para servirmos a Ele e adorá-lo sempre. O nosso Deus trabalhou e trabalha até hoje na obra do Reino. Ele é o modelo para não desanimarmos e trabalharmos.   


O trabalho é um ponto real de ligação entre nós e Deus. Há um significado de espiritualidade no trabalho, mesmo no meio da dor. O nosso trabalho como cristãos é participar, pela graça, da ação de Deus mediante a fé. Ele é mais do que uma necessidade de sobrevivência ou um meio de gratificação pessoal; é um bem espiritual para servirmos aos propósitos do Reino, atraindo-nos para Deus. Trabalhamos e servimos ao nosso Deus no mundo, com a presença do seu Reino, e também crescemos como seres humanos que não são do mundo, mas vivem como embaixadores do Reino nele. A única questão é que não podemos fazer do trabalho a nossa prioridade. Ele é bom, edifica e traz como fruto o benefício material, mas temos de encontrar o equilíbrio entre trabalho, descanso e família.  


Em seu livro A espiritualidade na prática - Encontrando Deus nas coisas simples e comuns da vida, Paul Stevens diz: “A vida diária é a disciplina espiritual na qual Deus contínua e graciosamente nos encontra”. Stevens nos ajuda a perceber que aquilo que parece lugar-comum na verdade tem grande significado espiritual. Quando menos esperamos, Deus nos surpreende dando novo encanto à nossa vida diária e fazendo de cada momento uma oportunidade de experimentar a sua bênção. No trabalho, no descanso e em família, nós desfrutamos da presença divina.


Então, a pessoa que apenas trabalha, trabalha e não desfruta de descanso está saindo fora da espiritualidade sadia e que gera equilíbrio. Sabemos que não é fácil administrar trabalho, descanso e família, mas precisamos exercitar essa prática porque muito trabalho nos torna dependentes da correria. Pouco tempo investido no descanso acaba nos tornando pessoas estressadas, com problemas de saúde e com esgotamento físico. E com muito trabalho, além do tempo normal, perdemos o contato familiar. Deixamos de desfrutar um tempo de conversa com o cônjuge e também com os filhos.


Vejamos algumas dicas para tentar dosar trabalho, descanso e família:

Administrar o tempo de maneira sábia
A Bíblia diz em Eclesiastes 3 que há tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. O termo para a palavra “tempo” no hebraico é ocorrência, um evento específico que acontece dentro de uma estação determinada. O que Salomão quer nos ensinar é que os homens seguem as estações determinadas por Deus e ponto final. Ele trabalha, ele planta, mas os resultados são dados por Deus. Precisamos refletir sobre essa realidade, porque trabalho demais nos impede de desfrutar da nossa família e não nos permite descansar para contemplar as belezas da vida que Deus nos dá.
Precisamos de sabedoria do alto para saber administrar o tempo de trabalho para não perder oportunidades preciosas na vida. Se não conseguimos realizar nosso trabalho em dez horas, não conseguiremos efeitos mais profundos porque estaremos esgotados, sem descanso e sem relacionamentos. 

Ter um tempo de descanso com a família
A Bíblia nos mostra a necessidade de ter um tempo para o coração. Deus trabalhou e descansou de tudo o que fez não porque se cansou, mas para contemplar suas próprias obras e realizações e para ensinar aos seres humanos a necessidade de descanso. Claro que Deus não precisa de descanso porque Ele é Deus. A lição para nós é para termos a reestruturação do nosso físico para continuar a labuta da vida. 


Quem só trabalha pensa somente em dinheiro e posses, não tem tempo para descansar, para um momento de lazer, não tem espaço na agenda para ouvir a esposa e os filhos, então se torna uma pessoa mecânica, apenas envolvida com trabalho, estressada e cheia de fadiga. Porque não tem tempo nem para si. Não tem diálogo com a família, não conhece a vida dos familiares. Vive numa solidão permanente. Isso não é vida! Isso não leva a nada!


Precisamos investir tempo nos relacionamentos familiares. Precisamos trabalhar, sim, mas temos de dosar o trabalho, o descanso e o tempo com a família. O conselho de Salomão no salmo 127 é muito sério: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus amados o sono”.


O escritor Álvaro Campos afirmou: “Fiz de mim o que não soube. E o que podia fazer de mim não o fiz”. Nós podemos melhorar a administração do nosso tempo para servir na vida sem ser escravos do trabalho e usá-lo como instrumento de glória para o Deus Eterno, mas do jeito certo: tendo tempo para descanso e para investimento na família. 


Que a graça do Eterno Deus seja sobre nós para que aprendamos a lidar com a realidade do trabalho com sabedoria

ALCINDO ALMEIDA

Aprendizado + Cooperação

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Desde a época de Adão e Eva, é o que funciona!

A vida conjugal seria um redemoinho de paixão e romance se assim fosse. Entretanto, é muito comum casais já demonstrarem desapontamento e frustração, embora recém-casados. Desilusão talvez seja a palavra que melhor descreve o sentimento de muitos deles.

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Sogros, como se relacionar com eles?
Josué Gonçalves
 
Diversão e prazer contribuem para a unidade emocional, conjugal e familiar!

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Os papéis de cada um no lar

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Filhos: vamos ter? Quando? Quantos?
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Amizades do casal: temos amigos comuns ou amizades individuais?
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Artigos

 

Vida conjugal
Crístofer Batista da Costa e Patrícia Scheeren

 

Adoração em família
Rosana Fernandes

 

Linguagens do amor 
Adriel de Souza Maia

 

Finanças em família
Paulo de Tarso

 

Comunicação & ação
Fernando de Paula

 

Namoro cristão
Giovanni Zimmermann

 

A família nas mãos de Deus
Igor Vilcinskas Junior

 

Pais e filhos, amigos para sempre
Judith Kemp

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